sábado, maio 21, 2005

Pedaços da minha vida

A tua voz droga-me...
Perco-me nestas horas de cimento-chuva
Vida perdida e já diz o povo,
Muita parra e pouca uva

Leva-me, vento, para bem longe daqui
Onde o mar embala-me num sonho madrugador
Aurora fértil de campos que eu nunca vi
Onde os pássaros cantam o teu nome em meu redor

Sonho em agarrar o ar,
Torná-lo meu amigo, irmão de toda a vida
Chovo paixão até o peito rebentar
Escrevo para ti com a alma nos dedos, minha querida...

As palavras pesam-me, apoiam-se em mim
Rejeitam tudo o que é normal e enfadonho
Prostituta é a minha alma, cheia de peças que respiram no fim
Vendidas ao mundo pelo rasto de um sonho

Do açucar, faço vinagre com matrículas distorcidas
Escondo as sombras que queimam a lua
Congelo o inferno e saro as tuas feridas
Pedaços da minha vida, que é tua...

R.C.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Epah mano, nem o rui reininho fazia um igual! Taz lah! []s

4:56 da manhã, maio 21, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Eu já te disse isto pessoalmente e tu assustaste-te, mas vou voltar a repetir e desta vez já vais preparado: Parabéns!!! Em grande!!! Nunca tinha pensado seriamente nisto mas nunca te vi como um escritor... e depois pensei: mas ele tá em comunicação social pra k? Deve ser pra escrever, pois claro, lol!! É pá axo k tá excelente, faz mais deste e talvez kk dia estamos a ouvir rádio e pum! É o Rui (devia ter dito fez-se chocapic mas axo k era forte demais pra um comentário, lol) Um abração

1:39 da manhã, maio 24, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Este poema é capaz do melhor e do pior. Abre com um verso pujante e agressivo, captando desde logo a atenção do leitor. Contudo, deita tudo a perder nos dois últimos versos da primeira quadra, reduzindo o poema à banalidade (vida perdida e já diz o povo/muita parra e pouca uva).O texto continua nesta toada de bom/mau até ao fim. Na segunda quadra não mudaria nada...ou quase nada. Nas restantes, apesar de algumas incongruências e rimas desnecessárias,existe, de facto, alguma riqueza poética. Destaco a segunda e quarta quadra, as outras talvez pudessem ser revistas.
Pela autenticidade das tuas palavras e alguns versos muito bem conseguidos, mereces ainda assim, um 6 em 10.Continua.

2:21 da manhã, maio 24, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Rui, como já te disse, fiquei encantada com os teus textos e, sobretudo, com os teus poemas! São todos lindos! Repletos de metáforas muito bem escolhidas, os tuas versos passam um romantismo muito sincero!!! Parabéns à tua amada! =) E, claro, parabéns aos teus pais por terem dado a luz ao Shakespeare portugues! =) *LINDOS os poemas! ***

12:33 da manhã, setembro 21, 2005  

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