Sou uma pedra fria
Sou uma pedra fria, cinzenta, chutada para longe por todos.
Sou a erva daninha, verde e odiosa que por todos é pisada e deitada fora quando moribunda.
Ah!Mas há-de quem me chute!
Mas há-de quem me pise!
Eu sou uma fronteira,
Todos me queriam com uma côr, com uma bandeira
Todos me queriam religioso e hipócrita
E afinal tudo o que eu quero é das palavras a magia – a verdade!
Sim, porque a verdade ainda existe...
Sou uma pedra fria, sim.Cada vez mais fria, aliás.
Quero flores vermelhas no meu jardim, pétalas macias caindo na minha face...
Passar naquela rua côr-de-rosa, eu quero
Pisar aquela areia de música,
Molhar os lábios naquela espuma de poesia
Extrair a consciência da demência do dia-a-dia
E disso viver como se de ar azul se tratasse...
E queriam-me obediente e submisso
Calado e sem lágrimas, queriam que eu fosse
Um líder, o maior – um Deus!
Mas eu sou apenas um ser subversivo, insolente
Como todos aqueles que morrem sózinhos...
E quando eu morrer não quero cá lágrimas nem falsos lamentos,
Lancem-me alcoól, injectem-me inconsciência
No sangue que há-de arder nas chamas do inferno...
E eu hei-de gritar como uma fria pedra grita nas frias chamas do paraíso
E que por força do meu fado, que seja por força de minh’alma,
Que a palavra liberdade conste no meu letreiro,
Naquele meu lugar derradeiro...
Ah!Mas há-de quem me chute!
Mas há-de quem me pise!
Que a liberdade será o meu letreiro,
Aconteça o que acontecer, no meu momento derradeiro!!
Sou a erva daninha, verde e odiosa que por todos é pisada e deitada fora quando moribunda.
Ah!Mas há-de quem me chute!
Mas há-de quem me pise!
Eu sou uma fronteira,
Todos me queriam com uma côr, com uma bandeira
Todos me queriam religioso e hipócrita
E afinal tudo o que eu quero é das palavras a magia – a verdade!
Sim, porque a verdade ainda existe...
Sou uma pedra fria, sim.Cada vez mais fria, aliás.
Quero flores vermelhas no meu jardim, pétalas macias caindo na minha face...
Passar naquela rua côr-de-rosa, eu quero
Pisar aquela areia de música,
Molhar os lábios naquela espuma de poesia
Extrair a consciência da demência do dia-a-dia
E disso viver como se de ar azul se tratasse...
E queriam-me obediente e submisso
Calado e sem lágrimas, queriam que eu fosse
Um líder, o maior – um Deus!
Mas eu sou apenas um ser subversivo, insolente
Como todos aqueles que morrem sózinhos...
E quando eu morrer não quero cá lágrimas nem falsos lamentos,
Lancem-me alcoól, injectem-me inconsciência
No sangue que há-de arder nas chamas do inferno...
E eu hei-de gritar como uma fria pedra grita nas frias chamas do paraíso
E que por força do meu fado, que seja por força de minh’alma,
Que a palavra liberdade conste no meu letreiro,
Naquele meu lugar derradeiro...
Ah!Mas há-de quem me chute!
Mas há-de quem me pise!
Que a liberdade será o meu letreiro,
Aconteça o que acontecer, no meu momento derradeiro!!
F.A.R.
4 Comments:
Eu chutava essa pedra fria que acabaste de escrever pó estrelato,é onde pessoas que escrevem coisas assim merecem estar. Não sei qual é a receita para alguém se tornar num escritor consagrado, mas desconfio que tu sabes..
que poderei comentar perante estas palavras que gritam por liberdade?? liberdade.. sempre referida nos teus textos ou melhor, a procura incessante da liberdade, essa "menina bonita" que pensas que nunca vais abraçar... essa que te fez escrever com ardor, com amor... amor esse quase perfeito...
Tudo tem um reverso, um direito e um avesso. Não sei o que está do outro lado das tuas asas - ninguém que não tu o poderá saber - mas sei que nunca nada é definitivo. «The deeper the mud, the bigger the lotus flower that blooms from it.» Podemos "pisar aquela areia de música" sempre que queiras. Isso é liberdade.
que bem escreve esta pedra fria...e como é bom termos os nossos anseios...é a demanda que nos estende o tapete nos caminhos mais tortuosos mas, a tua quimera, essa liberdade desejada a tua, será conveniente? todos andamos em busca de algo, no entanto não sejamos desatentos...quantas vezes não procuramos incansavelmente o que acaba por estar mesmo ao nosso lado?
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