domingo, maio 07, 2006

Mais 10.000 dias de prazer

Um dos projectos mais criativos e originais que alguma vez conheci na minha vida. Os Tool estão de volta para demonstrar o peso certo da música pesada. 10.000 Days (2006) é o último trabalho deste quarteto californiano que, mais uma vez, nos apresenta um som puro, limpo, único, harmonioso, pesado e perturbante.

Os Tool formaram-se em 1990 em plena “cidade dos anjos”, Califórnia. Em 1992, lançavam o seu primeiro trabalho – o EP Opiate. Um álbum demonstrativo do “metal cerebral” por onde este projecto se iria iniciar. Logo no ano seguinte, Undertow (1993) viria a definir o som dos Tool num território só deles. Um espaço em que mais nenhuma banda alguma vez tinha estado e que, a meu ver, mais nenhuma esteve até hoje. Uma mistura de influências como Pink Floyd, King Crimson, Led Zeppelin ou Yes, transportadas para um tipo de metal marcadamente dos anos 90. Maynard James Keenan, Danny Carey, Justin Chancellor e Adam Jones abririam então caminho para um som específico e ímpar, com uma originalidade intocável, na obra-prima constituída pelo álbum Ænima (1996). Uma sequência de 15 faixas que flúi de uma maneira demasiado singular e perfeita. Cada faixa assemelha-se a uma tragédia clássica, com andamentos progressivos altamente bem construídos e clímaxes poderosíssimos. Este seria sem dúvida o ponto alto da banda. Seja como for, os Tool voltaram a não desiludir com Lateralus (2001). Uma evolução perfeita no som que construiriam neste álbum. Sente-se já uma bateria definidíssima por parte de Danny Carey – talvez um dos 3 melhores bateristas de sempre, ao lado de John Bonham dos Led Zeppelin e Dave Lombardo dos Slayer e Fantômas. Contratempos quase impossíveis que este senhor constrói, acompanhando a voz especial e muito bem trabalhada de Maynard James Keenan; o baixo cada vez mais elaborado de Justin Chancellor; e a guitarra psicadélica e ambiente de Adam Jones.

Como som final, de conjunto, de banda, os Tool apresentaram sempre uma coesão excelente. Talvez muitas vezes a fazer esquecer o trabalho de cada um deles para cada música composta, o que a meu ver é dos conceitos mais importantes a suster num projecto musical de uma banda.

Depois de espectaculares vídeo-clips produzidos pelo guitarrista, Adam Jones, DVD’s, edições especiais e todo o tipo de gravações rascas, ao vivo, etc. os Tool voltam a surpreender e a oferecer de novo aos seus fãs um arrepio na espinha, com o novo álbum 10,000 Days. Mais uma vez, um som puro e limpo; excelente composição e originalidade; perfeita execução; e uma muito boa produção e masterização. 10,000 Days vem assim, na minha opinião, destronar qualquer tipo de projecto que se digne na chamada música pesada, metal ou progressiva.

E assim, de uma coerência excepcional, lá vão continuando os Tool a surpreender...

J.A.

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O teu texto peca por falar muito pouco do novo albúm, acho que devias ter focado mais nesse ponto. Não sei se era essa a intenção, mas pelo título pareceu-me..

8:37 da tarde, maio 07, 2006  
Anonymous Anónimo said...

nao.. por acaso ate era mesmo dar a conhecer um pouco de uma banda chamada: Tool.. pk se eu me meto a falar do último álbum, para além de não me calar, no total seria uma verdadeira seca para quem não conhece ou não gosta! ()

9:41 da tarde, maio 07, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro amigo, afirmo aqui que um dos maiores contributos que deste á minha existência foi teres me dado a conhecer Tool há 3 anos atrás. Realmente, concordo contigo quando afirmas que eles se possicionaram num terreno novo. De facto, o chamado Rock progressivo tem nos Tool a sua maior voz. E, por falar em voz, é impossivél deixar de fazer referência a esse "monstro" que é o Maynard que tem uma voz como existem e existiram poucas em toda a história da música.

Em relação ao albúm 10 000 days, acho que é mesmo o melhor dos Tool desde o Aenima. Fico á espera do concerto do SBSR pra comprovar ao vivo a grandeza dos Tool. ()

11:10 da tarde, maio 07, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Se Tool é Rock Progressivo, a Madonna é a Bessie Smith.

2:16 da manhã, maio 09, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro F.A.R., não sei se te lembras mas tens os meus cd's de King Crimson.. que é um projecto precisamente de.. Rock Progressivo. Já quanto ao teu comentário, apetece responder: lê outra vez!
Metal Progressivo é um conceito completamente diferente de Rock Progressivo.. Metal Progressivo respira as mais puras essências de.. Rock Progressivo, assim como de Rock Psicadélico, Metal, etc. - do que eu gosto de chamar «o verdadeiro rock à antiguinha» .. mas seja como for, Metal Progressivo também respira influências actuais, da chamada música pesada. E é nessa mistura entre o «rock à antiguinha» e o metal dos anos 90 que eu posiciono em excelência os Tool.
Um abraço ()

2:54 da manhã, maio 09, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Talvez seja mais correcto falarmos em Metal progressivo, mas o metal progressivo acaba por ser uma derivação do rock progressivo.

Muitas caracteristicas das bandas que iniciaram o movimento do rock progressivo são visiveis nos Tool: a duração das músicas, os temas, a fusão de estilos...

Desta forma, acho que nos dias que correm os Tool são uma das bandas que mais se aproximam das caracteristicas do rock progressivo iniciado há mais de 40 anos atrás.

2:33 da tarde, maio 09, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro, essa dos King Crimson não percebi. O que é que os albums que me emprestaste terão a ver com este assunto? Adiante.

O meu comentário foi no contexto do comentário anterior pelo que me apetece dizer: lê outra vez!

Um abraço.

3:28 da tarde, maio 10, 2006  
Anonymous Anónimo said...

loll.. quanto aos meus cd's ke tens, era so pa te irritar um bokadinho lol=P .. e qunanto ah do rock progressivo: lol tens razao, era po comentario anterior

()

5:26 da tarde, maio 10, 2006  

Enviar um comentário

<< Home