terça-feira, julho 18, 2006

A Palavra

Uma relação entre dois seres humanos distintos mas com um denominador comum: o sofrimento.

É nesta base que assenta “The secret life of words”. Uma base movediça, uma base que oscila entre a alegria genuína e a mais profunda das tristezas.

Toda a acção se desenrola numa plataforma petrolífera. Josef sofre um acidente e perde temporariamente a visão. Uma visão turva, uma visão sofrida, uma visão que levou Josef ao abismo.
Hanna é uma mulher enigmática. Uma enfermeira com uma cara angelical e um olhar perturbador que ficará com a árdua tarefa de tratar Josef.

Aos poucos a relação torna-se especial, cada vez mais especial… E é neste contexto que as palavras se juntam e as histórias pessoais comungam uma com a outra.
Por detrás do mistério de Hanna, refugiada da ex-Jugoslávia, está o trauma da guerra. Uma guerra que lhe levou a melhor amiga. Uma guerra que lhe roubou a audição e a inocência. Uma guerra que a maltratou e lhe deixou marcas profundas.
Na sombra de Josef está a paixão pela mulher do seu melhor amigo. E é nesta paixão que se esconde o grande segredo: afinal, o “acidente” não teve nada de acidental. O estado de Josef é fruto de um passado tortuoso, de enganos e, acima de tudo, da crueldade da verdade.

É na força das palavras, na sua “vida secreta”, que duas histórias de dor acabam por convergir numa única história de amor. Um amor cego disposto a quebrar barreiras e adormecer medos.

Realizado por Isabel Coixet, com desempenhos fantásticos de Tim Robbins e Sarah Polley, “The secret life of Words” guia-nos a um universo onde o amor surge na palavra, vive na palavra e morre nas palavras.

P.R.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Li o teu texto e ficou-me uma palavra no pensamento: repetitivo. Penso que tens capacidade para melhor.

12:50 da manhã, julho 20, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Do teu texto voam duas pombas embriagadas, damos logo por elas:
1ª pomba - o teu texto está claramente influenciado pela vida que tens tido nas ultimas semanas (frases mais curta, palavras fortes, jornalismo);
2ª pomba - a que o luis detectou. A escrita é um caldeirão inesgotável de criatividade e ela tende a aparece quando fugimos dos sitios onde já fomos.
E, neste texto, voltas demasiadas vezes àqueles.
De qualquer forma tenho de espreitar o filme com atenção ()

2:46 da manhã, agosto 07, 2006  

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