segunda-feira, junho 27, 2005

Direito de resposta

Este texto visa responder ao texto "O Estado da Nação" publicado neste blog.

1. Três meses é muito pouco para avaliar o trabalho de qualquer governo, quanto mais para compará-lo a outro governo.

2.Quanto à idade de reforma ter aumentado, é uma consequência natural do facto da maior parte da população jovem não trabalhar e viver em casa dos pais até aos trinta anos. Como tal, não há produtividade, não há dinâmica, não há desenvolvimento e acima de tudo não há contribuições suficientes para a segurança social conseguir pagar reformas a pessoas que se reformam cada vez mais cedo e morrem cada vez mais tarde. Resultado: quem paga, infelizmente, são os que já trabalham à quarenta anos, e assim, terão que trabalhar mais uns cinco anos.

3.O aborto:
a) Não me parece que o aborto seja a questão mais debatida actualmente.
b) A relação feita entre o alegado respeito que tens pelas mulheres, e o direito que "nós" homens temos a opinar sobre esta matéria não faz sentido nenhum, é machista e revela um total desconhecimento desta matéria.
c) "Nós" os homens tivemos o direito de votar no polémico referendo e o resultado foi o que se viu. De resto, caso o meu colega P.R. desconheça, esse referendo foi marcado por uma abstenção de 68%. Repito, 68%. Logo, não percebo o desvalorizar deste assunto quando dizes que se trata de uma questão referendada, como se o referendo tivesse resolvido alguma coisa, quando, em boa verdade, esse referendo foi absurdo e deveria ter sido anulado em consequência de uma abstenção horrenda e incompreensível num país que se diz ser desenvolvido. Mais uma vez parece-me que o meu colega desconhece de todo esta matéria.

4.Os jovens já foram e são alertados a toda a hora dos perigos das relações sexuais sem métodos contraceptivos. Não se trata de falta de informação, pois os casos de aborto acontecem em todos os estratos sociais, em qualquer faixa etária, independentemente da instrucção escolar do indíviduo. "...será que não seria mais benéfico desenvolver uma consciência sexual que alertasse os jovens para os perigos de uma actividade sexual sem métodos contraceptivos..." - Perante estas palavras, eu pergunto: será que o meu colega é contra a legalização da interrupção voluntária da gravidez?; Será que o meu colega acha bem uma mãe seropositiva ter um filho?; Será que uma mãe toxicodependente deve ter um filho?

5. Quanto à esquerda portuguesa:
a) O aborto é um problema de todos e não só da esquerda portuguesa.
b) Esta temática já foi levantada por todos os partidos e a todos preocupa igualmente, pelo que especificar a esquerda neste assunto, será, mais uma vez, um desconhecimento total do ambiente político nacional.

6.Quanto à "revolução de mentalidades" é certamente urgente que isso aconteça, no entanto, não é essa a função de um governo, e ainda bem, já que da última vez que alguém conseguiu revolucionar a mentalidade de um povo inteiro, o resultado foi a Segunda Guerra Mundial.
F.A.R.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Obrigada.

12:06 da manhã, julho 03, 2005  

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