domingo, junho 26, 2005

O Estado da Nação

É com enorme espanto que passado pouco mais de 3 meses sobre o início da governação socialista olho para o País e vejo que pouca coisa se alterou. Não querendo promover qualquer tipo de concepção ideológica somente gostava que alguém me explicasse o que mudou deste governo para o de Durão Barroso (visto que não podemos chamar Governo aos cerca de 3 meses que Santana Lopes governou Portugal como se este fosse um clube de futebol á beira da falência).
Constato agora que os impostos vão aumentar, a idade de reforma também passa a aumentar, o tão apregoado défice continua elevado e tudo isto depois de na campanha eleitoral quer sociais-democratas, quer socialistas (na pessoa do bem programado José Sócrates, actual primeiro-ministro) terem prometido a diminuição de impostos, a diminuição da idade da reforma, novos postos de trabalho…. E muitas mais medidas que me fizeram pensar que Sócrates era o McGyver da Península Ibérica.
Outro ponto que não posso deixar em branco é a questão do aborto. É certo que é uma questão polémica, como o é a regionalização e o referendo para a constituição europeia, mas será que uma questão que foi referendada à poucos anos merece ser actualmente o tema mais debatido na praça pública portuguesa? Com todo o respeito que eu tenho pelas mulheres eu muitas vezes questiono-me se será que nós homens não temos opinião sobre o destino a dar a um filho, será que não seria mais benéfico desenvolver uma consciência sexual que alertasse os jovens para os perigos de uma actividade sexual sem métodos contraceptivos ou ainda melhor, facilitar a adopção de crianças por casais que não foram bafejados pela sorte de poder ter filhos? Enfim, ou muito me engano ou a polémica do aborto vai continuar por muito mais tempo e vai ser a génese do desentendimento da esquerda portuguesa.
Para terminar gostava de fazer referência aos arrastões a que Portugal assistiu: Carcavelos, Quarteira, Vila do Conde e muitos outros actos de vandalismo que se estão a expandir a todo o território nacional. De forma a evitar situações semelhantes o governo lembra-se de retirar privilégios às autoridades de tal forma que à poucos dias assistimos a uma das maiores concentrações de membros da autoridade de que à memória em Portugal (GNR, PSP, Guarda Marítima…).
Concluo afirmando que me parece que este País “à beira-mar plantado” precisa mais de uma revolução de mentalidades do que propriamente da redução do défice ou da legalização do aborto.
P.R.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Parece-me que corrigiste o aspecto da dimensão excessiva dos textos que tinhas feito deste género e pintas as tuas ideias também com cores menos pesadas, o que o torna mais interessante.
Falando do conteúdo,pouco mais há a acrescentar. Os políticos cá do burgo (é o que nos interessa) servem os seus interesses,não os do país, e uma vez instalados confortavelmente nas cadeiras do poder fazem o que bem lhes apetece.
"O que hoje é verdade,amanhã é mentira", como diz o outro.
Depois admirem-se que os jovens estejam cada vez mais afastados da política.. Continua ()

6:29 da tarde, junho 26, 2005  
Blogger Rui Coelho said...

A alteração das mentalidades pode começar pela legalização do aborto. As preocupações não podem apenas girar à volta de ideais capitalistas para resolver o défice. Precisamos urgentemente de um equilibrio entre o lado humanista e o capitalista. É aí que a esquerda se insere.
Meu amigo, não vejo solução para esta "empresa" falida. Isto já deu o que tinha a dar. Bem que podiamos vender todas as acções aos espanhóis e passar a falar a língua deles. Ias ver que não custaria nada.
Eles não fazem nada para enganar. Eles é que estão enganados quando pensam que podem mudar o rumo disto tudo. BURROS!!!!
Gostei do texto. Contina ()
B.M.

11:21 da tarde, junho 26, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Caro P.R.
Escreve sobre temas importantes, sem dúvida, mas limita-se a constatar factos e isso todos nós sabemos fazer. QUASE não sugere soluções, o que só prova que criticar é realmente fácil. Assim o seu texto é só espuma.
Quanto a si, caro B.M., realmente Portugal está mal mas se acha que os Espanhóis irão encarnar o papel de "Salvador" no dia do juízo final está muito enganado. Informe-se e verá quantos trabalhadores portugueses são já literalmente explorados por empresas que foram parar às mãos dos nossos caríssimos vizinhos. O seu comentário é lamentável e só revela falta de paciência para pensar numa solução melhor.
Cumprimentos.

1:44 da manhã, julho 17, 2005  
Blogger Rui Coelho said...

Caro anónimo é lamentável que uma pessoa tão intelectual não tenha a capacidade para entender que não é com a ajuda dos Espanhóis que Portugal vai conseguir sair do buraco. Talvez um dia, mas para teu desgosto ainda não consigo prever isso, se não até escrevia qualquer coisa para teres mais uma oportunidade para aplicares as tuas maravilhosas críticas.

Quanto à questão de os portugueses trabalharem para empresas vizinhas, partindo de um raciocínio simples e sem qualquer tipo de intelectualidade, não vejo onde está o problema. Se as nossas empresas não oferecem "ocupação" ainda bem que vêm as de fora para nos darem esse prazer, estarmos ocupados, dependentemente se o ordenado é alto ou baixo.
Por isso acho que devias exercitar mais o teu lado simples e reflectires sobre aquilo que lês: textos, dados estatísticos, etc.

10:53 da tarde, julho 26, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Escrevo novamente e desta vez em resposta ao último comentário registado.
Vejo que não soube ler o que escrevi porque, na verdade, a última coisa que desejo é ter os espanhóis a mandar no nosso país. O meu comentário criticava exactamente a posição defendida por B.M., esse sim a favor de uma tomada por parte dos espanhóis.
Não caio no erro de julgar que Portugal está óptimo e de boa saúde, defendo no entanto que Espanha não seria boa solução.
Quanto aos dados estatísticos vejo que você é que anda com falta deles. Pegando no assunto que você trouxe à conversa, "ocupação", fique sabendo que os nossos vizinhos não estão melhor que Portugal. A prova disso é que nem para eles têm emprego.
Para que não diga que me faltam dados, pode comprovar o que aqui escrevo, fazendo uma comparação entre as TAXAS DE DESEMPREGO dos dois países. Aconselho para isso que consulte os sites do INE de ambos onde encontrará, por exemplo, para o 2º trimestre de 2005 os seguintes valores para Portugal e Espanha, respectivamente: 7,20 e 9,33.
É verdade que alguns portugueses conseguem emprego em Espanha ou com algumas empresas espanholas (muitos acabando explorados, como já havia referido), não significando isso que o referido país esteja melhor em matéria de ocupação.

11:24 da manhã, agosto 26, 2005  

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