domingo, junho 26, 2005

Temporada de Patos

Gostaria de sugerir mais um filme brilhante que se encontra nas salas de cinema em Lisboa, neste caso, no cinema King.
Temporada de Patos, um filme de origem mexicana e realizado por Fernando Eimbcke, apresenta-se como um possível ícone do cinema contemporâneo. De uma forma extremamente simples, o realizador foi capaz de criar um conjunto de situações que são facilmente identificáveis na vida das pessoas. É o descrever de um momento em que dois jovens apenas querem ter um Domingo para fazerem aquilo que gostam sem que ninguém os chateie. Estes ansiavam por um dia de videojogos, Coca-cola e batatas fritas. Um pouco estranho, mas é o que muitos jovens de catorze anos têm como actividade preferida. No entanto, tudo aquilo que fora planeado toma um rumo diferente. Pelo meio surgem mais duas personagens, um distribuidor de pizzas e a vizinha. Todas as cenas passam-se num apartamento em que um dos jovens vive. O mais engraçado é que, apesar de o fim-de-semana ter sido alterado por causa da presença de mais duas pessoas, assiste-se ao nascer de uma relação algo curiosa, onde os aspectos negativos das vidas de cada um, são partilhados.
É um filme muito simples mas ao mesmo tempo algo complexo. A linguagem também ela muito simples, chega a parecer que foi feita de improviso e que tudo foi filmado com câmaras ocultas. Magnífico...
Como não podia de deixar de fazer, gostaria de partilhar com todos os que lerem este texto a lição que tirei. Através de um recuo no tempo e com a ajuda deste filme, cheguei à conclusão de que muitas vezes aquilo que planeamos, as metas que traçamos e os objectivos que criamos para dar sentido às nossas vidas, por vezes tudo dá uma volta de 180º. O caminho que tentámos construir ganha novas curvas, que chegam a tornar-se distantes daquilo que tínhamos em mente. É bom termos objectivos, mas não podemos contrariar a corrente que a vida, o destino ou seja o que for nos impõe.
Mais não digo porque se não ficaria aqui uma noite inteira a descrever todas as elações que retirei desta obra fantástica.
Não planeiem esta ida ao cinema, apenas peguem nas vossas coisas e vejam. Mas cuidado, que tudo pode mudar de um momento para o outro.

“La peste de la envidia llevó muy rápidamente al perfume de la admiración conforme la simplicidad de la historia, en la cual no sucede mucho, se explota en una manera muy divertida, develando temas sin complicaciones, permitiendo que todo fluya alrededor de los personajes en tiempo y espacio. Al final todo sucedió.
La admiración llevó a la inspiración. Y aquí es donde más agradezco a Fernando Eimbcke, puesto que me dio el regalo más precioso: mientras la película terminaba, sentí la regocijante urgencia de filmar una película. ¿Y porqué no? Él lo hace parecer simple, ya que todo lo que necesitas es un apartamento, dos muchachos, una muchacha y un repartidor de pizza.”
Alfonso Cuarón - DIRECTOR DE CINE
B.M.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Depois dessa descrição do filme fiquei com vontade de ver essa "maravilha", além de que a indústria cinematográfica sul-americana está a conhecer desenvolvimentos fenomenais.
No que diz respeito à história, parece me interessante focar experiências enquanto jovens que marcam o nosso destino pra sempre. Depois de "Treze" que também se centrava em experiências infanto-juvenis, este filme parece me uma boa sugestão! Abraço

12:26 da manhã, junho 27, 2005  
Anonymous Anónimo said...

aliás...indústria mexicana e não sul-americana.

12:33 da manhã, junho 27, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Já tive a oportunidade de assistir a este filme e, embora tenha gostado, não fiquei assim tão deslumbrado como o meu caro colega. Trata-se de um filme interessante, começando por explorar a questão dos jovens dos nossos dias: viciados em Coca Cola e jogos de computador; e acabando na vertente de imprevisto que tanta falta faz ás vidas de muita gente. O filme é bom, mas não traz muito de novo, até porque as temáticas abordadas já estão muito batidas, até mesmo por Hollywood.

12:46 da manhã, junho 27, 2005  
Anonymous Anónimo said...

concordo com o filipe, o filme não é mesmo nada de especial. Também já o vi, adoro tudo o que é cinema independente, hollywood, etc, mas este filme deixa muito a desejar, se gostaste assim tanto é porque existe aí um lapso cinematográfico, na minha opinião. De qualquer maneira gostos não se discutem. continua.

3:10 da tarde, julho 02, 2005  

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