segunda-feira, julho 11, 2005

Guerra dos Sonos

Ontem tive a brilhante ideia de acompanhar os meus amigos numa ida ao cinema para ver o novo filme de Steven Spielberg, “Guerra dos Mundos”.
A obra mais recente do realizador norte-americano baseia-se num ataque de forças extraterrestres (o Mal) contra o planeta terra e as forças humanas (o Bem ou EUA, como quiserem). Algures no meio dessa guerra, encontramos um pai (Tom Cruise) que procura proteger os dois filhos, com os quais não tem uma grande ligação, dos ataques alienígenas.
Captei alguns pormenores deliciosos no desenrolar de “Guerra dos Mundos”.

Não só a palavra “terroristas” já entra em filmes com a conotação que se adivinha, como é possível ganhar quantias astronómicas em receitas de bilheteira com um filme que é dividido por uma parte razoável e outra sem absolutamente nada. Para além disto, observei que a humanidade consegue eliminar o contingente alien com 2 ou 3 lança rockets.
Inclusive, a forma como estes foram destruídos faz lembrar-me um pouco a equipa de futebol profissional do Sporting, versão 2004/2005.
Cheios de açúcar a atacar, davam nas vistas e impunham respeito na forma como tomavam conta dos jogos, dominando-os durante a maior parte do tempo regulamentar. O pior acontecia quando a equipa adversária cuspia veneno de volta, apresentando fragilidades (vidro) a defender que roçavam o confrangedor.
Estava eu a pensar nas saídas aos cruzamentos do Ricardo, quando a certa altura dei comigo envolvido numa guerra fraticida entre as minhas pálpebras e tímpanos. As pálpebras anunciavam o fecho das festividades do dia mas, de alguma forma, os tímpanos conseguiam reter o pano aberto, fazendo valer o seu controlo sobre aquelas de modo a que nunca se fechassem. Este conflito deixou-me de tal forma exausto que ao chegar a casa aterrei (literalmente) que nem a torre de Pisa no meu leito a escaldar de verão. Ao acordar doía-me um pouco a cabeça devido à bebedeira de nada que tinha apanhado na noite anterior.
Existem, assim, alguns pormenores interessantes do ponto de vista da ficção, de efeitos especiais e de pormenores mais relacionados com a montagem dos planos de câmara que abonam em favor de Spielberg. Também a mensagem adjacente à forma como a personagem desempenhada por Tom Cruise cresce ao longo do filme é uma característica positiva do mesmo. No entanto, entre deve e o haver, o saldo final é claramente influenciado por uma segunda metade de “Guerras do Mundo” muito pobre e que conclui de um modo decepcionante a todos os títulos.

Para o realizador de “Jurassic Park” ou “Terminal do aeroporto”, fica a constatação de William Shakespeare:
“True is it that we have seen better days…”
R.C.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Devias estar mesmo a dormir ou a pensar no Sporting quando foste ver este filme. Mas desde quando é que os aliens foram derrotados pelos tais rockets? Vai ver o filme outra vez, mas desta, com os olhos abertos.
Já agora, em que filme pensaste quando estavas a assistir ao Sporting-Udinese?

2:27 da manhã, agosto 13, 2005  

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