A Irlanda sabe
O texto anterior chama a atenção para o fogo que arde, mostrou como atiramos a lenha para a fogueira e depois queixamo-nos que "há fogo, há fogo!". Importa talvez saber o que cada um de nós pode fazer para não se queimar e, mais importante, como será possível apagar esse fogo.
O que me toca fazer para mudar as coisas ou, melhor ainda, para proteger-me, ajudando?
Prescindindo, fazendo escolhas, sendo inteligente.
Já que os Corleones deste país empurram o Estado (nós, claro) para investimentos faraónicos como o TGV (mais compreensível) ou a estupidez da OTA (...) e vamos sofrer no bolso como poucos na Europa, há que esquecer a gula e ganhar um pouco de humildade.
Pessoalmente quis ir para Sevilha passar o revéillon. Vou ficar em Portimão e poupo. Pensei em comprar um casaco de cabedal para o Inverno. Amei um em especial, custava 356€. Fiquei com o do meu irmão, custou-me nada.
No futebol está tudo inventado, ganha quem recorre aos exemplos de sucesso e desenvolve o seu trabalho a partir deles. Na política as coisas não divergem muito.
O(s) nosso(s) governo(s) devia(m) baixar a cabeça, ganhar humildade nas suas penas de pavão executivo e recorrer a quem sabe. A Irlanda sabe.
Aliando os fundos estruturais, decorrentes da sua integração na União Europeia em 1973, a reformas profundas de liberalização da sua economia (basicamente dirigida pelo Estado até finais dos anos 80, com resultados "dejà vu"), os irlandeses registaram um crescimento do PIB na ordem dos 80% na última década. E não é só Dublin que cresce e se desenvolve. Todas as regiões da Irlanda registam um crescimento real do PIB e isso também gera um clima de confiança social que estimula o investimento privado. Na Irlanda não se cresce através do betão. As pessoas vivem em bairros semelhantes, com casas baixas e humildes. Não se constroem 7 estádios de raíz para receber uma competição como um campeonato de Europa que sabem não poder suportar. Na Irlanda distribui-se os fundos da UE pela educação, pela formação, pela investigação; potencia-se os recursos humanos existentes. Não se vai para um campeonato de milhões com um saco de tostões. Herdando uma passado de dependência colonial, possuindo um terreno pouco fértil para a actividade agrícola e com uma população que não chega a 40% da portuguesa, a Irlanda revolucionou a sua economia num contexto de moderação da despesa pública, de estabilidade política e social e de um intervencionismo mínimo do estado na economia. Só assim é possível registar uma taxa de desemprego na ordem dos 4%.
Depois começamos a perceber melhor as coisas quando ouvimos (pouco, neste caso) falar de ricos e pobres, depois de conflitos sociais, de prostituição, de toxicodependência, de criminalidade...
O que me toca fazer para mudar as coisas ou, melhor ainda, para proteger-me, ajudando?
Prescindindo, fazendo escolhas, sendo inteligente.
Já que os Corleones deste país empurram o Estado (nós, claro) para investimentos faraónicos como o TGV (mais compreensível) ou a estupidez da OTA (...) e vamos sofrer no bolso como poucos na Europa, há que esquecer a gula e ganhar um pouco de humildade.
Pessoalmente quis ir para Sevilha passar o revéillon. Vou ficar em Portimão e poupo. Pensei em comprar um casaco de cabedal para o Inverno. Amei um em especial, custava 356€. Fiquei com o do meu irmão, custou-me nada.
No futebol está tudo inventado, ganha quem recorre aos exemplos de sucesso e desenvolve o seu trabalho a partir deles. Na política as coisas não divergem muito.
O(s) nosso(s) governo(s) devia(m) baixar a cabeça, ganhar humildade nas suas penas de pavão executivo e recorrer a quem sabe. A Irlanda sabe.
Aliando os fundos estruturais, decorrentes da sua integração na União Europeia em 1973, a reformas profundas de liberalização da sua economia (basicamente dirigida pelo Estado até finais dos anos 80, com resultados "dejà vu"), os irlandeses registaram um crescimento do PIB na ordem dos 80% na última década. E não é só Dublin que cresce e se desenvolve. Todas as regiões da Irlanda registam um crescimento real do PIB e isso também gera um clima de confiança social que estimula o investimento privado. Na Irlanda não se cresce através do betão. As pessoas vivem em bairros semelhantes, com casas baixas e humildes. Não se constroem 7 estádios de raíz para receber uma competição como um campeonato de Europa que sabem não poder suportar. Na Irlanda distribui-se os fundos da UE pela educação, pela formação, pela investigação; potencia-se os recursos humanos existentes. Não se vai para um campeonato de milhões com um saco de tostões. Herdando uma passado de dependência colonial, possuindo um terreno pouco fértil para a actividade agrícola e com uma população que não chega a 40% da portuguesa, a Irlanda revolucionou a sua economia num contexto de moderação da despesa pública, de estabilidade política e social e de um intervencionismo mínimo do estado na economia. Só assim é possível registar uma taxa de desemprego na ordem dos 4%.
Depois começamos a perceber melhor as coisas quando ouvimos (pouco, neste caso) falar de ricos e pobres, depois de conflitos sociais, de prostituição, de toxicodependência, de criminalidade...
R.C.