Pequeno Auto-retrato Num Desabafo Inutil
Quero pintar isto da melhor forma possível. Eu não preciso de ninguém. Eu preciso de alguém. Confuso? Talvez, mas nem tanto. Sou o maior filho da puta, o maior cabrão à face da terra. Sabem que mais? A verdade é que se eu não fosse um gajo tão sozinho, talvez ainda fosse mais sacana do que sou agora.
Sou uma besta. Nego o amor que existe em mim, viro-lhe as costas e desato a correr. Isto de se ser sozinho tem muito que se lhe diga. Congela-nos os pensamentos, corrói-nos o coração e cria-nos esquecimento onde deveria haver lembrança.
Quero ser aquele que está sempre bem, quero ser o que está sempre pronto para outra, mas ao fim de alguns anos, a coisa começa a cansar. Conheci tanta gente diferente, de tão diferentes meios, de ideologias opostas, de modos de vida tão contrários ao meu, e o resultado de todas essas experiencias é aquilo que eu sempre ambicionei: a solidão. Meus caros, estou farto, cansado e enjoado de ser sozinho. A solidão repugna-me.
Isto de eu ser assim, não é só burrice, é genético. Está-me no sangue o vírus da depressão. Há que usar protecção contra estas coisas.
O mal de tudo isto é que quando se quer falar com alguém, nada nos resta para além destes textos insignificantes que um homem vai escrevendo para combater a tristeza e a melancolia. A vida é muito chata na solidão. A solidão é enfadonha quando é a nossa vida. São as duas a mesma coisa, não é? Pois, é isso mesmo, a solidão é sempre a mesma coisa. Um dia hei-de experimentar a felicidade.
Sou uma besta. Nego o amor que existe em mim, viro-lhe as costas e desato a correr. Isto de se ser sozinho tem muito que se lhe diga. Congela-nos os pensamentos, corrói-nos o coração e cria-nos esquecimento onde deveria haver lembrança.
Quero ser aquele que está sempre bem, quero ser o que está sempre pronto para outra, mas ao fim de alguns anos, a coisa começa a cansar. Conheci tanta gente diferente, de tão diferentes meios, de ideologias opostas, de modos de vida tão contrários ao meu, e o resultado de todas essas experiencias é aquilo que eu sempre ambicionei: a solidão. Meus caros, estou farto, cansado e enjoado de ser sozinho. A solidão repugna-me.
Isto de eu ser assim, não é só burrice, é genético. Está-me no sangue o vírus da depressão. Há que usar protecção contra estas coisas.
O mal de tudo isto é que quando se quer falar com alguém, nada nos resta para além destes textos insignificantes que um homem vai escrevendo para combater a tristeza e a melancolia. A vida é muito chata na solidão. A solidão é enfadonha quando é a nossa vida. São as duas a mesma coisa, não é? Pois, é isso mesmo, a solidão é sempre a mesma coisa. Um dia hei-de experimentar a felicidade.
E quando eu descobrir o segredo
Da neblina cinzenta
Que torna a água barrenta
E sem perdão me esmaga o peito
E quando se levanta de repente
A névoa que cobre o rio
Que gela tudo de frio
E escurece a corrente
Longa se torna a espera
Na névoa que cobre o rio
Lenta vem a galera
Na noite quieta de frio
E quando...
E quando eu apanhar finalmente
O barco para a outra margem
Outra que finde a viagem
Onde se espere por mim
Terei, terei mais uma vez força
Para enfrentar tudo de novo
Como a galinha e o ovo
Num repetir de desgraças
Tim, "Longa Se Torna A Espera"
F.A.R.